quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

LITURGIA: A ESPIRITUALIDADE DO TEMPO COMUM




O Tempo Comum engloba trinta e três ou trinta e quatro semanas, que durante o curso do ano litúrgico, não se celebram aspectos particulares do Mistério de Cristo. É neste tempo que veneramos o Mistério de Cristo em sua globalidade, especialmente nos domingos. O Tempo Comum é estruturado em duas partes: a primeira parte se inicia na segunda-feira que segue a festa do Batismo do Senhor até a terça-feira antes da Quaresma; a segunda parte se inicia na segunda-feira depois de Pentecostes até as I Vésperas do 1º domingo do Advento. O Tempo Comum pode ser chamado ainda de Tempo Ordinário ou Tempo durante o ano.
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No decorrer das celebrações do Tempo Comum é assimilado pelos cristãos o mistério pascal de Cristo, de modo progressivo e profundo. A Liturgia da Palavra se caracteriza pela leitura semicontínua da Sagrada Escritura, que busca englobar a maior parte dos textos bíblicos para meditação. Esta leitura semicontínua, principalmente dos evangelhos sinóticos, permite, por meio da homilia, uma profunda educação na fé, fundada na teologia das atividades históricas de Jesus, tal qual é apresentada em cada evangelho. É preciso dar este foco ao Tempo Comum para que cada cristão perceba que de domingo a domingo, ou na continuidade das leituras nos dias de semana, há uma continuidade da narrativa do evangelho, abordando a mensagem de cada evangelista ao apresentar o Mistério de Cristo. No domingo, percebe-se ainda uma conexão entre a primeira leitura do Antigo Testamento com a perícope do Evangelho, juntamente com o salmo. A segunda leitura, do Novo Testamento, demonstra a prática dos valores do Evangelho nas primeiras comunidades cristãs e a superação de seus conflitos iluminados por Cristo.
A leitura semicontínua da Palavra de Deus aos domingos é estruturada como Ano A, B e C, refletindo a cada ano um evangelho sinótico e um itinerário espiritual: Ano A – Mateus e as diversas experiências como Igreja; Ano B – Marcos e a experiência catecumenal da conversão; Ano C – Lucas e a compreensão do mistério do Reino em sua relação com a história humana. Durante a semana, os evangelhos sinóticos são lidos todos os anos; muda apenas a primeira leitura, intercalando Ano ímpar e Ano par.
Ao longo do Ano litúrgico, a Comunidade reunida em torno de Cristo aprofunda o mistério pascal e destaca as exigências morais da vida cristã. A liturgia torna-se culto santificante, contendo instrução ao povo de Deus, para qual se sublinha a leitura da Bíblia. Neste tempo que tanto os documentos da Igreja destacam a importância da Palavra de Deus, na liturgia encontramos o itinerário adequado para celebrarmos a Palavra de Deus na Eucaristia e depois fazer com as mesmas leituras uma leitura orante da Bíblia.

Pe. Anderson Messina Perin

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